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Foto do escritorElisangela Viana

Medo



Medo é a palavra que mais se fala nos últimos tempos aqui no Brasil.  Medo pela insegurança  que vivemos, num país que, embora tão rico de recursos, não tem de fato um ambiente tranquilo para se viver. Esta insegurança passa por vários aspectos de nosso cotidiano. Temos medo de sofrermos violência, medo de acreditar no outro, medo de sonhar e acreditar que é possível um futuro melhor. E este futuro torna-se ameaçador.

O medo é um sentimento natural do ser humano e pode ser entendido diante de uma ameaça real que se apresenta. O medo pode avançar de nível e se transformar em fobia e em angústia. Na fobia,  o objeto que causa pânico, geralmente não é real. A mente humana cria fantasias para tentar proteger-se de sofrimento físico, psicológico e social. A fobia é irracional.

A fobia (pânico) se instala na mente quando a pessoa vivencia uma situação traumática, real ou quando recebe muitas informações do seu meio social a respeito daquele objeto ameaçador.  E a pessoa começa a imaginar que a qualquer momento pode sofrer novos ataques. Há alguns tipos de fobias que têm como causa questões inconscientes, substitutos de outros medos.

O medo é a expressão da recusa de perder ou sentimento de que não será possível conseguir algo. Por isso que muitas vezes não arriscamos quando novas situações se apresentam. 

Mas, como podemos trabalhar o medo para vivermos melhor? O que podemos fazer para nos protegermos do que é real? Quais os recursos que podemos acessar em nossa mente para evitarmos o sofrimento que muitas vezes criamos, inconscientemente? Por que nos apavoramos tanto com o que ouvimos, se algumas vezes não há ameaça real ou cuja realidade está transformada pelas experiências e histórias de outras pessoas? 

Diante do objeto real sempre tentaremos fugir do que nos ameaça. É uma defesa natural nossa para evitarmos sofrimento maior e assim, sobrevivermos. Mas, e  quanto as fobias que se tranformam em angústia e distorce a realidade? Não nos impedem de uma vida melhor?

É preciso analisar bem do que se trata seu medo e sua fobia. Qual é a origem? Há ameaça real? O que escutou das experiências das pessoas que você ama e de seu meio social? Essa vivência foi vivida realmente pelas pessoas que você escutou ou também foi produzida pela mente delas?

Há muito o que analisar em nós e do que recebemos do outro para vivermos uma vida mais livre e com mais coragem de enfrentar nossos medos, fobias ou angústias. E somente com uma grande disposição de superação, será possível alcançar voos maiores na jornada da vida.

Para essa análise, podemos começar com duas perguntas: qual é o seu medo? Existem ameaças reais?

Diante da ameaça real o que podemos fazer é nos protegermos com atitudes práticas, como evitar o que nos ameaça e buscar proteção. O que é possível fazer para não se expor ao perigo?

O mais difícil é superar e lidar com o medo que não tem explicação ou do medo criado a partir de uma vivência traumática. Neste medo, a proteção é exagerada e esta rouba a possibilidade de experimentarmos as coisas boas que a vida pode nos proporcionar. Ficamos aprisionados em nosso mundo tentando provar que o perigo é iminente. 

Depois da análise e identificação do que se trata seu medo, é importante avançar em busca de seus objetivos e vivenciar a situação passo a passo. Nessa caminhada, poderá observar que nem tudo que imaginou é real, que nem sempre há ameaça. E com novas experiências, poderá se arriscar ainda mais. É só caminhando que poderá saber. E como diz o poeta espanhol Antônio Machado (1875-1939): "Caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar."






















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