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Ulane Gomes

Tricotilomania

A Tricotilomania é um tipo de transtorno pouco divulgado, e que, geralmente está associado aos transtornos de ansiedade. E dentro do quadro, configura-se como Transtorno Obssessivo Compulsivo (TOC).


O ato de puxar os fios de cabelos da cabeça, ou de outra parte do corpo, pode ser considerado um ato de automutilação. Este hábito impulsivo é definido, pelo DSM-IV-IR como um Transtorno de Impulso não Especificado.


Para se diagnosticar, é importante observar alguns critérios:

- comportamento recorrente de arrancar os cabelos, resultando em perda perceptível;

- sensação de tensão crescente imediatamente antes de arrancar os cabelos, ou quando o indivíduo tenta resistir ao comportamento;

- prazer, satisfação ou alívio ao arrancar os cabelos;

- o distúrbio não está ligado a um transtorno mental, ou uma condição médica (dermatológica, por exemplo);

- causa sofrimento clinicamente significativo ou prejudicial ao funcionamento social ou ocupacional do indivíduo.


O início do comportamento pode estar ligado à mudanças físicas na adolescência, dificuldade de relacionamento social, no trabalho ou na escola, situações familiares como perdas, nascimento de um irmão, divórcio dos pais, ou mesmo , um novo endereço, posturas sedentárias aliadas a estados afetivos negativos, também podem ser, posturas associadas.


A Tricotilomania tem consequências associadas tais como, o hábito de morder os fios, comer a raiz, ou parte dos fios (Tricofagia). Decorrente desse comportamento, muitos indivíduos desenvolvem a chamada Síndrome de Rapunzel, uma doença gastrointestinal caracterizada por bolos de fios de cabelo, que podem obstruir o sistema digestório, bloqueando assim o trânsito intestinal.

À medida que os fios vão sendo arrancados, surgem áreas de calvície ou alopecia, fazendo com que as pessoas usem chapéus, bonés, lenços, mangas compridas, perucas ou cosméticos para disfarçá-las. Ainda assim, a maioria não consegue evitar impacto negativo que isto provoca no desempenho pessoal, profissional e nos relacionamentos, comprometendo assim sua qualidade de vida.


As pesquisas mostram que, fatores genéticos, neurobiológicos e comportamentais, podem estar envolvidos no TTM.

Estudos recentes levantam a possibilidade de que a Tricotilomania ocorre por deficiência de alguns neurotransmissores, relacionados à impulsividade. Entre eles, a serotonina, noradrenalina e a dopamina.

O tratamento é multidisciplinar, ou seja, envolve profissionais de diferentes especialidades: dermatologistas, psicólogos, psiquiatras e clínicos, por exemplo.


Por Ulane Gomes Silva –


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